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quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Trabalhando muitooooo...

ACÚMULO DE FUNÇÕES

O acúmulo de funções tem como característica a sobrecarga de trabalho, desempenho de atribuição que não seja precípua à função para a qual o empregado foi contratado. Para tanto, é preciso definir se tal trabalho realizado configura acúmulo de funções ou de tarefas tão somente.

O processo de reengenharia adotado pelas empresas em razão da necessidade de desenvolvimento da atividades laborais, acabou gerando novas formas de trabalho e conseqüentemente reestruturações nas empresas que reduziram o quadro de pessoal, deixando seu organograma mais "enxuto".

Com o quadro de pessoal reduzido, houve a necessidade da redistribuição da demanda de serviços de forma que cargos antigos fossem extintos e novos cargos com novas atribuições fossem criados para que esta demanda fosse atendida.

Este acúmulo de tarefas ou de funções não repercutiu proporcionalmente na remuneração do empregado. Esta reengenharia trouxe na verdade maior cansaço, estresse e aumento de doenças advindas da sobrecarga de serviço imposta ao trabalhador.

As empresas foram implementando esta forma de atribuir atividades simultâneas aos cargos à medida que se observava que os trabalhadores acabavam  não só atendendo à esta demanda mas, superando as expectativas através do desempenho equivalente ou até melhor do que vinham sendo feitas por 2 ou 3 outros empregados.

LEGISLAÇÃO

A legislação não se manifesta claramente em que situação ou quais os requisitos necessários para configurar o acúmulo de função, principalmente com a metamorfose que vem ocorrendo nos processos de trabalho nos últimos anos.


A Constituição Federal, em seu artigo 7°, incisos XXX a XXXII, estabelece a proibição de diferença de salários, de exercícios de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil, assim como de discriminação no tocante ao salário e critérios de admissão do deficiente físico e entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre profissionais respectivos.
A CLT dispõe em seu art. 461 sobre o princípio da isonomia salarial, onde os trabalhos iguais merecem remunerações iguais, ou seja, os empregados que executam a mesma função, com a mesma perfeição técnica e produtividade aos seus colegas de trabalho, tem direito a equiparação salarial.
Art. 461. Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, na mesma localidade, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, nacionalidade ou idade.

O fato é que as empresas, com novas denominações de multifuncionalidade, polivalência, competências individuais e etc., estão atribuindo novas tarefas a cargos que, no passado,  não abrangiam tantas obrigações, ou seja, acabam incorporando 2 ou 3 cargos com diversas tarefas em um único cargo multifuncional.

Não obstante, o que ocorre normalmente é a legislação se adaptar às mudanças e transformações que ocorrem no mercado de trabalho e não o inverso, ou seja, se antecipar e normatizar a relação de emprego.

A relação de emprego tende a ficar cada vez mais flexível, com maior autonomia às relações sindicais, aos acordos coletivos, de forma que os trabalhadores, para conseguirem maiores benefícios, devem estar mais organizados e conscientes do que podem ou não abrir mão para a manutenção do emprego ou para conquistar outras garantias de crescimento profissional e financeiro no ambiente de trabalho através das Convenções Coletivas de Trabalho.

ACÚMULO DE FUNÇÕES - CARACTERIZAÇÃO

Para melhor entender, precisamos distinguir, conceitualmente, função e tarefa:

Tarefa é caracterizada pela atividade específica, a unidade de um todo, estrita e delimitada, existente na divisão do trabalho estabelecido pela empresa;

Função é um conjunto coordenado e integrado de tarefas e responsabilidades atribuídas a um cargo, ou seja, uma função engloba, geralmente, um conjunto de tarefas, isto é, de atribuições, poderes e responsabilidades.

Assim, a designação de um empregado para desempenhar funções de outro, com as mesmas responsabilidades e integral jornada de trabalho, sem prejuízo do desempenho das suas próprias funções e da sua jornada de trabalho, não será considerada substituição, mas acúmulo de funções e, nesta hipótese, o empregado fará jus ao salário de ambas as funções.

Podemos entender, portanto, que o acúmulo de função se dá quando o empregador se utiliza de um único empregado para desempenhar duas funções diferentes.

O acúmulo deve retratar o exercício habitual e contínuo de outra função, de tal forma que o empregador aproveite um só empregado para atividades distintas entre si e que normalmente demandariam dois ou mais trabalhadores para sua execução.

NÃO SE CARACTERIZA O ACÚMULO DE FUNÇÃO

Não enseja o direito ao acúmulo de função a simples substituição de outro empregado por um período esporádico de tempo ou eventual.

Sendo prevista na política de cargos e salários que uma mesma tarefa faz parte de mais de uma função, mesmo sendo estas, distintas, não se caracteriza acúmulo de função ao empregado que realiza tarefas comuns a várias funções, desde que estas atividades se relacionam, de algum modo, com a função para a qual o empregado foi contratado.

Cabe observar que a lei não fala em acúmulo de cargo, mas de função. Por essa razão o empregador deverá pagar o salário de ambas as funções para os empregados que estas desempenhar. A nomenclatura da função, ou seja, do cargo, não tem relevância. Pelo princípio da primazia da realidade, o importante está no conjunto de tarefas que englobam a função desempenhada.

JURISPRUDÊNCIA

ACÓRDÃO - VIGILANTE. ACÚMULO DE FUNÇÕES DIFERENÇAS SALARIAIS MATÉRIA INTERPRETATIVA NÃO-DEMONSTRAÇÃO DE DISSENSO PRETORIANO. 1. O Regional consignou, com base na prova dos autos, especialmente a testemunhal, que o Reclamante, contratado para o cargo de vigilante, efetuava o transporte de botijas de gás. Entendeu que referida atribuição não se inseria nas atividades pertinentes à segurança de pessoas e do patrimônio da empresa. Diante desse contexto, declarou que o Autor acumulava funções, fazendo jus, portanto, às diferenças salariais. PROC: AIRR - 35142/2005-004-11-40. Ministro Relator IVES GANDRA MARTINS FILHO. Brasília-DF, 09 de abril de 2008.

ACÚMULO DE FUNÇÃO. SUPERVISOR DE VENDAS E COBRADOR. Provado que o reclamante fora contratado para exercer a função de vendedor e, posteriormente, a de supervisor de vendas, acumulando-a com as tarefas de cobrador, por determinação da empresa, assiste-lhe o direito de receber o pagamento de salários atinentes à atividade de cobrador, máxime quando as convenções coletivas de trabalho vedavam ao vendedor o exercício de qualquer outra atividade. Ficou esclarecido, até pelo depoimento do preposto, que o reclamante desempenhou a função de supervisor acumulada com a de cobrador, no período de maio/97 a maio/2000, fazendo jus ao pagamento dos salários desta última, não tendo a embargante provado que a atividade de cobrança é inerente ao cargo de supervisor. Pelo que ficou demonstrado, as atribuições do supervisor de vendas é de acompanhar e treinar os vendedores na realização das vendas, fazer visitas a clientes com o objetivo de saber da satisfação dos mesmos pelo produto oferecido, bem como proceder ao atendimento dos vendedores , consoante constou do acórdão. Além disso, ficou ainda dito que nas CCT´s de 1996/2001 há vedação expressa ao vendedor para exercer outros serviços estranhos à função. PROC: AIRR - 12378/2002-012-11-40. Ministro Relator Caputo Bastos. Brasilia, 09 de abril de 2008.

EMENTA: RADIALISTA " GRUPO ECONÔMICO " DUPLICIDADE CONTRATUAL " Ainda que o exercício de funções em setores diferentes seja vedado pelo artigo 14 da Lei 6.615/78, não se há falar em coexistência de dois contratos de trabalho ou o pagamento de um segundo salário, não ajustado e nem decorrente de norma legal ou coletiva, ainda mais quando o trabalho era executado durante a mesma jornada, no mesmo local e para duas pessoas jurídicas componentes do mesmo grupo econômico, devendo ser aplicada, por analogia, a disposição prevista no art. 13 da mesma lei (adicional por acúmulo de funções). Processo 00584-2005-068-03-00-4 RO. Relator Convocado Rodrigo Ribeiro Bueno. Belo Horizonte, 30 de março de 2006.

EMENTA: ACÚMULO DE FUNÇÃO " PEDIDO DE PAGAMENTO DO ADICIONAL DE 50%, MEDIANTE APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 7º, XVI, da CF. IMPOSSIBILIDADE. Não é cabível a aplicação analógica do dispositivo constitucional pertinente às horas extras, em se tratando de alegado acúmulo de funções, porquanto os seus fundamentos jurídicos são completamente distintos. Enquanto o adicional de 50% previsto na Constituição Federal tem por finalidade remunerar as horas trabalhadas além da jornada contratual do empregado, o plus pretendido pelo recorrente decorre de acúmulo de funções as quais, a princípio, podem ser perfeitamente desenvolvidas dentro do horário de trabalho, sem implicar necessariamente em sobrejornada. Considerando-se, ainda, a inexistência de previsão legal ou convencional da categoria para amparar a pretensão e que a outra tarefa imputada ao reclamante era compatível com a sua área de atuação e não importou modificação na jornada habitualmente prestada, esta alteração encontra-se abrangida pelo jus variandi empresário. Processo 00815-2005-134-03-00-0. Relator Deoclecia Amorelli Dias. Belo Horizonte, 03 de julho de 2006.

EMENTA: Diferença Salarial que se exclui da condenação, eis que o acúmulo de funções alegado não restou sobejamente comprovado. MÉRITO : A discussão nos presentes autos prende-se ao acúmulo das funções de Auxiliar de Operador de Câmera com as de Assistente de Studio e de Operador de VT, alegado pelo autor, e sua pretensão de receber acréscimos salariais dele decorrente. Ao contestar a ação, refuta a empresa a pretensão do autor, explicando que a função de Auxiliar de Câmera, em conseqüência da evolução tecnológica e modernidade dos equipamentos, teria sido extinta, tendo o empregado passado à função de Assistente de Stúdio, cargo este compatível com a mudança e modo de operar as novas máquinas. Por outro lado, negou veementemente que o empregado tivesse desempenhado a terceira função.

Testemunhas do autor: A primeira e a terceira testemunhas apresentadas pelo reclamante, embora tenham declarado que o autor após 1995 passou a desempenhar, concomitantemente, as três funções, foram uníssonas em concluir que todas as atividades por elas mencionadas eram relacionadas à função do Assistente de Studio, corroborando, assim, a tese empresarial. A segunda testemunha trazida pelo reclamante, por sua vez, quando interrogada sobre as funções por ele desempenhadas, limitou-se a asseverar que o obreiro era Assistente de Stúdio.

Autor: Incontroverso restou nos autos, pelo próprio depoimento do autor, que na realidade, a partir de 1995, houve transformação significativa na sua prestação de serviço em decorrência do avanço tecnológico das máquinas, como asseverado pela empresa. O trabalho do reclamante que era externo, passou a ser prestado no interior das instalações da empresa, uma vez que se tornou desnecessário o serviço de Auxiliar de Operador de Câmera nas gravações externas, sendo óbvio que ocorreu a extinção dessa função.
Conclui-se, assim, que em atendimento ao citado documento, o reclamante foi promovido à função de Assistente de Stúdio, passando a trabalhar exclusivamente interno, não havendo falar em acúmulo das funções de Auxiliar de Operador de Câmera e de Assistente de Studio.

No tocante à função de Operador de VT, entende esta Relatora que não restou robustamente comprovado através da prova oral apresentada pelo reclamante, que desempenhasse ele os serviços a ela inerentes. Ora, de acordo com o QAF, Quadro Anexo de Funções do Decreto 84.134/79, que regulamenta a Lei nº 6615/78, legislação básica do Radialista, o Operador de VT opera máquina de gravação e reprodução dos programas em videoteipe e o Assistente de Studio tem algumas de suas atribuições relacionadas à gravação de programas.

Como se vê, através da prova oral apresentada não restou sobejamente demonstrado o efetivo exercício pelo reclamante da função de Operador de VT, posto que as atividades de gravação mencionadas pela primeira testemunha também estão dentre aquelas desempenhadas pelo Assistente de Studio e a edição de imagens a que fez referência a terceira testemunha é atividade exclusiva de Editor de VT, função esta que o autor sequer fez referência.

Assim, ante o conjunto probatório dos autos, tenho que os serviços efetuados pelo reclamante ao longo do expediente eram inerentes à função de Assistente de Studio, pelo que, não há falar em cumulação da referida função com as de Auxiliar de Operador de Câmera e de Operador de VT, sendo, pois, indevidos os pleitos formulados na exordial. Desta forma, é de se julgar improcedente a reclamação.

ACORDAM os Juízes da 1ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da Sexta Região, por maioria, dar provimento ao recurso para julgar improcedente a reclamação e inverter a responsabilidade pelo pagamento das despesas processuais, contra o voto do Exmo. Sr. Juiz Edmilson Alves (que lhe negava provimento). PROCESSO Nº TRT : 08023-2002-906-06-00-1 (RO - 3960/02) . JUÍZA RELATORA : MARIA LYGIA SOARES OUTTES WANDERLEY. Recife-PE, 03 de dezembro de 2002.

Base legal: Artigo 7º, XXX a XXXII da CF/88 e artigo 461 da CLT.

Cuide bem dos seus olhos.

cuide_dos_olhosEm  10 de  julho,  comemora-se o Dia Mundial da Saúde Ocular, uma data que lembra a importância de cuidarmos dos órgãos que proporcionam um dos mais incríveis sentidos do corpo humano, a visão.

Por ficarem  expostos  a muitos tipos de agressões ambientais, como a poluição e os raios ultravioletas, os olhos necessitam de cuidados especiais. Ter medidas preventivas, como fazer exames periódicos, são atitudes que  evitam doenças  e garantem  a saúde desses tão importantes órgãos por muitos anos. Além disso, ter bom senso e evitar o uso de colírios sem prescrição médica, o que é bastante comum,  também  contribuem para preservar a saúde deles.

O primeiro  exame oftalmológico deve ser feito logo no primeiro mês de vida com o "teste do olhinho" (reflexo vermelho), que tem a fi nalidade de diagnosticar doenças como câncer (retinoblastoma), catarata, glaucoma, entre outras.

Em  caso de desvio ocular,  estrabismo, o tratamento deverá ser feito precocemente,  antes dos  5  anos de idade, devido  ao  risco de não desenvolvimento da visão do olho deficiente. Na  idade pré-escolar e escolar, é preciso observar ainda mais de perto as crianças, pois elas poderão desenvolver doenças oculares refracionais, como astigmatismo, miopia e hipermetropia, o que  cria  a necessidade de óculos.

Atualmente, com o uso frequente do computador, as pessoas podem vir a apresentar lacrimejamento; dores e irritação ocular; além de cefaleia (dor de cabeça). Com isso, é preciso fazer uma avaliação para investigar algum tipo de anormalidade na visão.

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Após os 40 anos de idade, é preciso  ter uma atenção  redobrada com os olhos. É nesse período que  as difi culdades para enxergar de perto (presbiopia) costumam surgir. Outro grupo de pacientes que deve ser submetido a uma avaliação mais detalhada do  especialista  é o que apresenta patologias como diabetes, hipertensão arterial e doenças  reumatológicas, pois essas pessoas estão mais propensas a complicações.
Procure o seu médico regularmente e garanta a saúde dos seus olhos, pois doenças graves como catarata, problemas nas córneas e na  retina, entre outras, poderão  ser diagnosticadas precocemente, por meio de exames realizados em consultórios.

Noticias e informações trabalhistas

Data desta edição: 15.12.2010
NORMAS TRABALHISTAS
Lei 12.346/2010 - Altera a Lei 9.615/1998 - obrigatoriedade de exames periódicos para avaliar a saúde dos atletas e disponibilização de equipes de atendimento de emergência em competições profissionais.
NORMAS PREVIDENCIÁRIAS
Portaria MPS 513/2010 - Dispõe sobre os dispositivos da Lei 8.213/1991, que tratam de dependentes para fins previdenciários - união estável entre pessoas do mesmo sexo.
GUIA TRABALHISTA ON LINE
GESTÃO DE RH
JULGADOS TRABALHISTAS
Veja também outros julgados trabalhistas selecionados.
IRPF 2011
NOTÍCIAS PREVIDENCIÁRIAS
PAUSA PARA O CAFÉ
PUBLICAÇÕES ATUALIZÁVEIS

SEU PROBLEMA É O ÁLCOOL?

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Desde a Antiguidade, as bebidas alcoólicas fazem parte de diversas comemorações sociais e religiosas. No Cristianismo, elas aparecem no rito sagrado da Eucaristia, quando Jesus compartilhou com seus discípulos o pão e o vinho. Já na mitologia grega, era simbolizada pela figura de Dionísio, exaltado como o deus do vinho e da fertilidade. Bebe-se para festejar, perder a timidez, curar uma desilusão amorosa ou por outras justificativas. Contudo, o consumo em momentos esporádicos vem aumentando. A primeira dose é duplicada ... e o desejo torna-se habitual.

felicidade_11A fissura aumenta com o passar dos dias e o controle fica cada vez mais distante. Atualmente, de 3% a 10% dos brasileiros fazem uso abusivo do álcool. Esse comportamento é responsável por 3% dos acidentes de trabalho, por quase a metade das ocorrências no trânsito e pela 8ª posição no ranking de auxílio-doença no País. A escuridão do vício toma conta de tudo, acaba com as pulsões positivas da vida, destrói relacionamentos e pessoas. “O álcool provoca uma dependência física até mesmo maior do que algumas drogas ilícitas. 

Ele ataca o sistema nervoso, causando alucinações, delírios, alterações de humor e distúrbios de ansiedade, afetando a sexualidade e o sono”, enumera o psicanalista do Centro de Atendimento Toxicológico da Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo (Toxcen), Ítalo Campos. O hábito de beber também pode ser desencadeado por fatores culturais ou pelo incentivo da família. De acordo com Ítalo, não há comprovação de hereditariedade. Porém, os filhos copiam o modelo dos pais e passam a repeti-lo desde cedo, o que é bastante prejudicial ao mecanismo cerebral ainda em formação. Apesar desse dado alarmante, há também o outro lado da moeda. Muitos filhos de alcoólatras, ao verem seus pais se destruírem por causa da bebida, passam a ter aversão a ela.

Este é o caso do estudante de enfermagem F.G.P., 27 anos, que consegue manter-se longe do álcool mesmo com a pressão dos amigos nas baladas. O comportamento dele deve-se ao fato de ter um exemplo negativo dentro de casa: sua mãe é refém da ingestão de cachaça desde a infância. “Só de sentir o cheiro tenho enjoo. Não consigo imaginar como uma pessoa pode conduzir anos de sua vida à base de álcool. Saio, me divirto e nunca senti necessidade de beber para estar feliz”, disse. Sem a falsa ilusão de bem-estar criada pelo consumo de bebidas alcoólicas, o estudante mantém seu ciclo de relacionamentos e respeita a escolha de cada um de seus colegas. Leva a vida com qualidade e opta sempre por sucos e drinques sem álcool para hidratar-se durante uma noite de badalação. 

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De acordo com o psicanalista, essa atitude saudável multiplica os anos de vida e evita danos sérios à saúde física e psicológica. “Ser refém do álcool não é a melhor maneira de encarar os problemas, pois a pessoa se esquiva, provisoriamente, de uma dor e cria outra, ainda mais difícil de curar”, conclui. Diagnóstico Para o diagnóstico do alcoolismo, é necessário avaliar três parâmetros: dependência, tolerância e abstinência. A primeira vem do forte desejo pelo álcool; a tolerância, pela necessidade de doses ainda maiores para atingir a embriaguez; e a última gera sintomas como tremores, suor frio e agitação quando o uso do álcool é interrompido ou diminuído. A pessoa que apresenta esses três critérios na avaliação médica precisa de tratamento imediato que, muitas vezes, tem desdobramentos clínicos e psiquiátricos. 

“Quando o álcool torna-se um objeto que parece dar sentido à vida, é preciso ligar o alerta de risco! Tê-lo como parte indispensável do cotidiano é passaporte para o fundo do poço”, frisa Ítalo. Diante de um diagnóstico de alcoolismo, a família, amigos e gestores no trabalho podem contribuir para o bem-estar do dependente dando carinho, atenção e oferecendo tratamento. Ser permissivo com o uso dessa droga e alienar-se, fingindo que o problema não existe, pode ser fatal para o alcoólatra. Tolerância e dependência Prazer e “refúgio” são pontos que desencadeiam o desejo de beber. É típico do ser humano querer repetir, por diversas vezes, algo que mesmo provisoriamente lhe proporcione conforto ou mascare um problema que cause incômodo. A busca constante pelo álcool obedece a esses dois mecanismos, reforço positivo e negativo. 

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De início, a pessoa vai ao encontro do prazer que a bebida proporciona, depois entrega-se a esse falso bem-estar e, posteriormente, não consegue mais frear o consumo, por causa dos sintomas da abstinência. Para tentar diminuir os efeitos da necessidade do álcool, o redator E.S., 50 anos, precisa tomar pela manhã de duas a três doses de cachaça. Dependente de bebidas desde os 11 anos de idade, ele sofre com fortes tremores pelo corpo. “Comecei a beber ainda criança e sempre tive consci- ência do meu problema. Necessito do álcool a todo instante. 

Sem ele, não consigo sair do lugar. Essa dependência, insuperável, me tirou família, filhos e amigos”, lamenta. Desde o primeiro gole, oferecido por uma colega de escola, E.S. não conseguiu mais parar de beber. Ele chega a consumir uma garrafa de cachaça por dia e, para viver, conta apenas com a paciência dos poucos amigos que lhe restam. Segundo Ítalo Campos, a dependência é simultânea à tolerância. Sua intensidade está ligada ao controle do uso por parte da pessoa que consome o álcool. Por isso, é preciso estar atento aos primeiros sinais de abstinência, para não deixar que o vício ganhe espaço. Tratamento As alternativas de tratamento para a dependência do álcool são múltiplas e podem englobar indicação de medicamentos e psicoterapias. 

Para dar o primeiro passo, é preciso que o alcoólatra reconheça o vício, já que na maioria dos casos esse é o grande entrave para o controle do hábito de beber. O psicanalista explica que os tipos de estratégias usadas no tratamento variam de acordo com o paciente e que identificar precocemente o problema ajuda a preservar a vida. “Agentes de saúde bem treinados para identificar casos não declarados de alcoolismo são indispensáveis para minimizar esse problema de saúde pública, que traz consequências drásticas à sociedade de forma geral”, completa. Foi com muita força de vontade que a escrevente RMD, de 49 anos, superou o hábito de beber, iniciado ao frequentar a noite como forma de fugir da tristeza do fim de um casamento de 10 anos.

felicidade_14“Saía com minhas amigas e comecei a tomar cerveja para acompanhá-las. Com o passar do tempo, fui para a vodca e o uísque, e as doses aumentavam. Só fui perceber o que estava fazendo comigo quando acordei em um lugar e não sabia como tinha chegado ali. Vi que era a hora de parar”. Depois do choque com a realidade, a escrevente passou a frequentar um grupo de apoio a dependentes químicos e viu a necessidade de procurar tratamento especializado. Após um ano e meio, ficou livre da compulsão e passou a levar a vida de uma nova forma.

“Deus me fez ver que beber não acaba com a dor de ninguém. Percebi que não tinha apenas um marido e passei a cuidar melhor dos meus familiares. Foi nessa nova relação que encontrei minha real felicidade”, revela. Deixar o orgulho de lado e buscar um especialista que possa indicar o tratamento adequado é a maneira certa de sair do labirinto que é o consumo do álcool. Afinal, não existe possibilidade de viver feliz tendo impregnado em si algo que destrói, corrompe e tira o sossego. Ser feliz é ter saúde, estar bem consigo mesmo e com o próximo.

DENGUE É MELHOR PREVENIR.

dengueFebre, dores de cabeça e pelo corpo, náuseas e vômitos podem ser sintomas da dengue, uma doença infecciosa febril aguda, transmitida pela picada da  fêmea do mosquito Aedes aegypti, que necessita de sangue em seu organismo para amadurecer os ovos e assim dar sequência ao ciclo vital da espécie.

Uma  fêmea pode  colocar  até  500 ovos durante sua existência, que varia de  30  a 45 dias, período sufi ciente para picar até  300 pessoas. No verão o mosquito se desenvolve mais rapidamente, em cerca de uma semana. Já em estações mais frias, esse tempo aumenta para 15 dias, o que torna essa uma ótima ocasião para intensifi car o combate aos focos.

A dengue não é transmitida pelo contato direto com um doente ou suas secreções, nem por meio de fontes de água ou alimento. A única forma de disseminação é pela picada do Aedes aegypti infectado. Os tipos de vírus (manifestações), a reincidência da doença, diabetes, asma brônquica e anemia falciforme são alguns dos fatores que determinarão a intensidade do caso.

“Sempre colaborei cuidando da minha residência. Não dou oportunidade para o mosquito se criar. Porém, é preciso que a sociedade toda se envolva no combate ao mosquito, pois não contraí a dengue em casa”.
 - Denys Carvalho, auxiliar administrativo.
“A dengue mata e é um problema que tem-se disseminado pelo País, acometendo pessoas de todos os sexos, raças, idades e classes sociais. Por isso, é preciso que a população se conscientize sobre a importância da prevenção”, ressalta o coordenador do Centro de Emergência em Saúde Pública da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Gilton Almada.

O auxiliar administrativo Denys Carvalho contraiu a doença e reforça a necessidade de uma conscientização coletiva quanto à prevenção e combate ao mosquito. “Sempre colaborei cuidando da minha residência. Não dou oportunidade para o mosquito se criar. Porém, é preciso que a sociedade toda se envolva no combate ao mosquito, pois não contraí a dengue em casa”, comenta.

Tipos de dengue 
A dengue pode  se  apresentar de quatro  formas diferentes: infecção  inaparente,  síndrome de  choque da dengue, dengue clássica e febre hemorrágica da dengue. As duas últimas são as mais conhecidas.

A infecção inaparente não apresenta sintomas. Acredita-se que, de cada 10 pessoas infectadas, apenas uma ou duas fcam doentes. A dengue clássica mostra-se de forma leve e semelhante à gripe. Ela  inicia-se  inesperadamente  e dura de  cinco  a  sete dias. O doente tem febre alta (39° a 40°C), entre outros sintomas. Após uma semana, a pessoa pode continuar sentindo cansaço e indisposição.

Mesmo  contraindo um  tipo  suave da dengue  clássica, Denys Carvalho precisou se ausentar do trabalho por causa da doença. Ele fcou uma semana de repouso para se recuperar. “Senti fortes dores pelo corpo e muita indisposição. Não me alimentava e isso debilitou meu organismo. A fraqueza só passou depois de quase nove dias de repouso”, disse.

As duas manifestações mais graves são a hemorrágica e a síndrome de choque da dengue. A primeira é caracterizada por alterações na coagulação sanguínea da pessoa infectada. Inicialmente, assemelha-se à dengue clássica, mas a doença evolui, causando hemorragias em virtude do sangramento de pequenos vasos na pele, nos órgãos internos, nas gengivas, nariz, vias gastrointestinais, urinárias e uterinas.

“Um quadro de febre e vômitos persistentes pode indicar a evolução para o tipo hemorrágico. Nesse caso, é necessária uma atenção médica ainda mais cuidadosa e rápida, para evitar complicações e até mesmo a morte do paciente”, destaca Gilton Almada.

A síndrome de choque da dengue é a mais séria apresentação da doença e caracteriza-se por uma grande queda ou ausência de pressão arterial. A pessoa apresenta um pulso quase imperceptível, inquietação, palidez e perda de consciência. Nesse tipo, registram-se várias complicações, como alterações neurológicas (delírio, irritabilidade, amnésia, paralisias, sinais de meningite, entre outras), problemas cardiorrespiratórios, insufciência hepática, hemorragia digestiva e derrame pleural.

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O diagnóstico
A dengue  é muitas vezes  confundida  com outras patologias, como a leptospirose, malária, febre amarela, meningite e a própria gripe, tão comum. Como a doença pode se apresentar ou não com
sintomas, é preciso que o médico faça exames clínico, físico e de sangue para confrmar o diagnóstico e ainda excluir outros males.
A confrmação da dengue poderá ser feita, também, por sorologia (exame que detecta a presença de anticorpos contra o vírus), que começa a fcar reativa (positiva) a partir do quinto dia da doença. A dona de  casa Marli Ferreira  conta que  teve dengue duas vezes, e a segunda foi do tipo hemorrágica. Ela começou a sentir, de repente, um forte mal-estar, e observou sangramento no nariz. Com os  sintomas, procurou  imediatamente o médico, que fez um exame de sangue e confrmou a doença. “Fiquei internada por três dias. De início, pensei que estava com pressão alta”, disse.

Em caso de suspeita de dengue, é preciso procurar rapidamente um médico e evitar a automedicação, pois ela poderá comprometer o diagnóstico da doença e difcultar o tratamento. "Após um diagnóstico positivo para a dengue, o paciente precisa  tomar bastante líquido (sucos, água e soro caseiro) para hidratar e fortalecer o organismo. A desidratação agrava o quadro da doença e  leva muitas pessoas ao óbito”, disse Gilton Almada.

“A dengue é uma doença que depende da omissão da população para se espalhar. Não adianta o poder público enviar profssionais para combater o mosquito se as pessoas não fzerem a sua parte. A comunidade precisa atentar para a seriedade do problema e contribuir para a prevenção e combate ao Aedes aegypti”. - Thatiana Ferreira, assistente social

A prevenção
Dona Marli não foi a única em sua casa que contraiu a dengue. Sua flha, Thatiana Ferreira, também foi picada por um mosquito infectado, desenvolveu o tipo mais leve da doença e fcou 15 dias sofrendo com os desagradáveis sintomas.

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“A dengue é uma doença que depende da omissão da população para se espalhar. Não adianta o poder público enviar profssionais para combater o mosquito se as pessoas não fizerem a sua parte. A comunidade precisa atentar para a seriedade do problema e contribuir para a prevenção e combate ao mosquito Aedes aegypti”, defende Thatiana.

Além de  se preocupar  com o  apartamento onde mora, Marli, juntamente com suas vizinhas, procura cuidar da rua e vigiar os quintais e terrenos baldios, que não são limpos como deveriam e fcam com água parada. “Não podemos ser dependentes da prefeitura. Temos que ajudar! A dengue é um problema de todos, por isso precisamos unir forças para combatê-la e preservar as nossas vidas”, alerta.

Segundo Gilton Almada, a população pode colaborar para a prevenção atentando também para os pequenos focos do mosquito, já que o Aedes aegypti pode se criar em qualquer ambiente com água como, por exemplo, em tampinhas de refrigerante, copos plásticos, pneus e garrafas, entre outros.
Previna-se contra a dengue
  • > Lave os vasos de planta com escova, água e sabão pelo menos uma vez por semana.
  • > Não deixe a água da chuva acumulada sobre a laje.
  • > Encha os pratinhos dos vasos de planta de areia até a borda.
  • > Lave, principalmente por dentro, com escova e sabão, os utensílios como jarras, garrafas, potes, baldes, vasilhames de cães e gatos, entre outros, usados para guardar água em casa.
  • > Embale para recolhimento todas as garrafas pet e de vidro vazias que não for usar. As garrafas de vidro não descartadas devem ser guardadas de boca para baixo ou em local coberto.
  • > Coloque o lixo em sacos plásticos e mantenha a lixeira bem fechada. Não jogue lixo em terrenos baldios.
  • > Mantenha a caixa d’água sempre fechada, com tampa adequada.
  • > Remova folhas, galhos e tudo que possa impedir a água de correr pelas calhas.
Saiba mais sobre a dengue
Acesse: www.saude.es.gov.br

Fuja da Depressão.

Desânimo, isolamento, perda de interesse nas atividades profi ssionais e interpessoais podem ser sintomas da depressão. A doença vai se instalando lentamente até tomar conta da vida do indivíduo. Saber diagnosticá-la e procurar tratamento adequado é, então, um passo para fugir deste mal que afeta milhares de brasileiros. Ela  chega de mansinho  e  toma  conta da vida  e da alma. Geralmente,  é  assim que  se  apresenta  a depressão, uma doença que consiste em um conjunto de  alterações  comportamentais,  emocionais  e de pensamento.

Os sintomas são variados, entre eles estão o afastamento do convívio social, perda de interesse nas atividades profi ssionais, acadêmicas e lúdicas, e nas relações interpessoais. Quando essas alterações se tornam crônicas trazem prejuízos signifi cativos em várias áreas da vida de uma pessoa.

“Um paciente  com depressão  apresenta  estado de humor rebaixado, o que infl uencia diretamente em seu cotidiano. Ele passa a enxergar as coisas por um outro prisma, de maneira distorcida. A construção da realidade fi ca prejudicada”, conta o psiquiatra Gilson Giuberti Filho. 

O médico afi rma que a depressão é uma doença séria derivada da ansiedade e que precisa ser tratada de maneira cuidadosa, pois geralmente as pessoas que apresentam esse mal acabam desenvolvendo patologias  como problemas  cardíacos, pulmonares, intestinais, entre outros, que podem levar à morte.

“É importante procurar um psiquiatra assim que perceber algum sintoma da depressão. O médico poderá diagnosticar o grau da doença  e medicar o paciente. A prescrição de antidepressivos e outras drogas é  a primeira medida  a  ser tomada. Posteriormente, a pessoa poderá ser encaminhada a um psicoterapeuta, que  irá  complementar o  tratamento, já que as  terapias são realizadas em médio e  longo prazo”, explica Gilson Giuberti.

A pedagoga Vera Lúcia Grillo  conta que  teve  repetidos quadros de depressão,  com  intensidades variadas.  “Sentia muito desânimo para realizar as minhas tarefas. A mente até pedia para fazê-las, mas o corpo não permitia o esforço. No início, pensei que fosse anemia”, relata.
Fique atento aos sintomas
•  Feições deprimidas ou tristes;
•  Redução do interesse ou prazer em realizar atividades (anedonia);
•  Alterações de apetite (com ganho ou perda de peso);
•  Distúrbios do sono (insônia ou sonolência excessiva);
•  Redução geral do nível de atividade (retardo psicomotor);
•  Agitação ou ansiedade;
•  Fadiga ou perda de energia;
•  Sentimentos de inferioridade e/ou culpa contínua, acompanhados por autocrítica, recordação seletivaou atenção para eventos negativos e ideação suicida.
Qualquer pessoa está  sujeita a um quadro depressivo, pois  a doença  resulta basicamente da  falta de  eventos prazerosos no cotidiano, como conversar com os amigos, namorar e ter momentos de lazer. Portanto, ter qualidade de vida ajuda a evitá-la.

O equilíbrio na vida profssional, social e familiar também é fator importante na prevenção da doença. O psicoterapeuta Luciano Cunha  explica, que quanto mais um  indivíduo  se preocupar em ter atitudes “reforçadoras”, ou seja, que tragam maior satisfação e devolvam o sentido às pessoas que estão ao lado e às atividades, maior a probabilidade de sentir-se bem.

Por outro lado, a baixa frequência de momentos agradáveis leva a uma queda na taxa de “reforço” e a pessoa possivelmente vai se sentir deprimida. Acredita-se que aproximadamente 20% da população mundial  apresentam ou  apresentarão algum quadro depressivo. Por razões ainda não esclarecidas, a doença costuma atingir duas vezes mais as mulheres do que os homens.

“Depressão não é um simples estado de tristeza, de ‘estar na fossa’ ou de ‘baixo-astral’. É uma situação corporal indesejável e  constante,  acompanhada de mudanças  comportamentais involuntárias. É algo extremamente preocupante, pois a sua correlação com o suicídio é alta”, destaca Luciano Cunha.


vera_samp“Pude expor as minhas insatisfações, medos e angústias. O terapeuta me ajudou a rever valores pessoais e enxergar a real importância de viver. Aprendi a pensar positivo” - Vera Lúcia Grillo, pedagoga
O diagnósticoA depressão não ocorre devido a um fator isolado, mas a uma interação de questões de ordem biológica, psicológica, histórica e ambiental. A principal característica desse mal é a atenção seletiva às memórias e eventos negativos.

Os depressivos  têm uma  tendência a atentarem para aspectos ruins de si mesmos e de seus ambientes, o que pode levá-los à fuga ou mesmo a desenvolver ansiedade quando expostos a algum desses fatores. Vera Lúcia conta que procurou diversos especialistas até obter o diagnóstico correto. “Além de ir ao psiquiatra, psicólogo e ao neurologista, procurei um psicoterapeuta, que me ajudou a externar o que estava preso dentro de mim”, comenta.

Durante uma crise depressiva, a pessoa apresenta um sofrimento intenso, que perdura a maior parte do dia ou, pelo menos, um período de duas  semanas, mas nem  sempre  é possível elucidar o motivo. “O paciente precisa ser observado atentamente pelo psiquiatra, pois o quadro clínico da depressão é variado. Nos dias atuais, o estresse constante que leva à ansiedade  também pode ser considerado um  importante fator desencadeante da doença. É preciso analisar uma série de questões para que se chegue a um diagnóstico apurado”,  detalha Gilson Giuberti.

O especialista procura descobrir como o paciente está se sentindo, como organiza a vida (trabalho, cuidados domésticos e pessoais com a higiene, alimentação e vestuário) e a maneira como se relaciona com as outras pessoas.

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“Com o tratamento, consegui me impor diante da vida, vencer as difculdades e retomar os meus projetos profssionais. Descobri que tenho muito para viver. Quero desfrutar tudo de maravilhoso que Deus tem me proporcionado”- Ana Maria Rodrigues, fotógrafa
Os tipos variados de depressão:
De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a depressão afeta 121 milhões de pessoas em todo o mundo. Ela pode ser classifcada em três tipos: depressão maior, distimia e transtorno bipolar.

O primeiro caracteriza-se pela combinação de alterações comportamentais, emocionais e de pensamento que incapacitam o indivíduo a realizar suas atividades profssionais, acadêmicas, de  lazer, além de  trazer alterações no apetite e sono.

Já a distimia é um tipo menos severo da doença, em que não se observa a incapacitação, mas em que estão presentes alterações indesejáveis no humor e no comportamento, de forma crônica. As pessoas constantemente mal-humoradas podem, na verdade, estar classifcadas nesse tipo de depressão.
Por fim, o transtorno bipolar tem uma prevalência menor que os anteriores e caracteriza-se por uma oscilação extrema do humor, que vai da mania (episódios maníacos) à depressão (episódios depressivos).
  
gilson_sampAs causasOs  fatores hereditários,  ambiental-históricos  (acontecimentos  ao  longo da vida)  e  socioculturais  são  apontados como as principais causas da doença. Além deles, as questões psicológicas também têm participação, tanto no surgimento da depressão quanto na sua manutenção. 

A depressão pode ocorrer em pessoas com perturbações neurofi siológicas, problemas hepáticos, tumores e alterações endócrinas, entre outras patologias. Recomenda-se uma avaliação médica antes de atribuir-se ao quadro depressivo uma determinação exclusivamente ambiental ou ligada à história de vida do paciente.

Perdas afetivas e fi nanceiras e a incapacidade de alcançar os objetivos  traçados  também podem  ser  terrenos  férteis para a depressão. Segundo Vera Lúcia, a sua primeira crise foi desencadeada por um problema afetivo: a perda do pai. Um ano antes de apresentar a doença, o fato mexeu muito com o seu estado emocional. “Era impotente diante da vida. Tudo ficou sem cor e sem sentido”, revela.

A fotógrafa Ana Maria Rodrigues conta que lutou por muito tempo contra a depressão, que se instalou por causa das adversidades do cotidiano e de algumas perdas. “Deixei de viver muitos momentos especiais de minha vida por estar em depressão. Foram 10 anos do crescimento da minha filha nos quais não estive por perto como deveria. Não tinha condições emocionais de cuidar dela”, lamenta Ana Maria.
De  acordo  com Luciano Cunha, um  estilo de vida que não possibilita experiências agradáveis, conquistas, vitórias pode não só desencadear como manter o quadro depressivo durante muito tempo.
 
Evite a depressão
•  Busque interagir com pessoas que lhe façam sentir-se bem.
•  Participe de atividades sociais, mesmo que não sinta vontade.
•  Pratique atividade física moderada, mesmo que não tenha ânimo.
•  Tenha pensamentos positivos e aproveite as coisas simples da vida.

Saiba mais sobre depressão.
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Os tratamentosUma pessoa  com depressão precisa de  tratamento  adequado que, na maioria das vezes, é a  junção da prescrição de medicamentos com as terapias comportamentais. Para o psiquiatra Gilson Giuberti, a união dos dois procedimentos trará uma melhora  rápida ao paciente e um controle mais efi caz da doença.

Além de fazer uso dos medicamentos prescritos pelo médico, Vera Lúcia procurou um psicoterapeuta para complementar o seu tratamento. Com a ajuda da terapia, ela conseguiu colocar para  fora  tudo o que  lhe  fazia mal. “Pude expor as minhas  insatisfações, medos  e  angústias. O  terapeuta me ajudou a rever valores pessoais e enxergar a real importância de viver. Aprendi a pensar positivo”, conta, emocionada.

Vera Lúcia deixou de lado os seus temores e enfrenta a vida com alegria, confi ança e determinação. Após ter encerrado o tratamento com os remédios, ela continuou com as sessões de psicoterapia. “O remédio atua no físico, mas a terapia trata o interior. Foi ela que me ajudou a transpor o abismo que se abriu à minha frente”, destaca.

No  caso de Ana Maria,  além dos medicamentos,  a psicanálise foi o caminho encontrado para superar a depressão. “Com o tratamento, consegui me impor diante da vida, vencer as dificuldades e retomar os meus projetos profi ssionais. Descobri que tenho muito para viver.

Quero desfrutar tudo de maravilhoso que Deus tem me proporcionado”, afi rma a fotógrafa. As  terapias  comportamentais  têm  se mostrado  eficazes no  tratamento de  indivíduos com depressão, pois auxiliam no  aprendizado da  realização de  atividades  reforçadoras, individualmente ou em grupo.

Por  ser  a primeira medida  a  ser  tomada pelo médico,  a indicação de  remédios, nos  casos  em que há um  comprometimento mais sério da doença, deverá ser analisada com cuidado pelo psiquiatra, em acordo com o paciente.